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Salomão: O Rei que Tinha Tudo e Perdeu Tudo

Salomão: O Rei que Tinha Tudo e Perdeu Tudo

Vamos ler o texto de 1 Reis, capítulo 2, versos de 1 a 4, que diz: “Aproximando-se os dias da morte de Davi, deu ele ordens a Salomão, seu filho, dizendo: ‘Vou pelo caminho de todos os mortais; coragem, pois, e sê homem! Guarda os preceitos do Senhor, teu Deus, para andares nos seus caminhos, para guardares os seus estatutos, os seus mandamentos, os seus juízos e os seus testemunhos, como está escrito na lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres e por onde quer que fores. Para que o Senhor confirme a palavra que falou de mim, dizendo: ‘Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a minha face fielmente, de todo o seu coração e de toda a sua alma, nunca te faltará sucessor ao trono de Israel.'”

Não vou expor propriamente esse texto, mas sim tratar da vida de Salomão ao longo do que a Bíblia menciona sobre ele. Quero falar hoje sobre Salomão, a glória decrescente do homem mais sábio e mais rico do mundo. É curioso como Salomão é aplaudido no mundo inteiro como símbolo de riqueza. Ele é o herói de muitos empresários e políticos, e seu nome é frequentemente evocado nas grandes campanhas políticas do Brasil e do mundo.

Salomão foi filho do grande rei Davi e pai de Roboão, que também foi rei. Ele é filho de rei, pai de rei e também rei. Na verdade, Salomão chegou ao topo do mundo como o rei mais sábio e rico de todos os tempos. Entretanto, sua glória foi efêmera. Quando pensamos em biografias, geralmente elas retratam a trajetória do fracasso ao sucesso, da pobreza à riqueza, do anonimato à fama. É raro encontrar uma biografia que retrate a glória ao fracasso, do auge à queda, da sabedoria à insensatez, da fidelidade a Deus à apostasia. No entanto, esse é exatamente o retrato de Salomão.

Apesar de tantos privilégios, Salomão tornou-se um rei que se serviu do povo em vez de servir ao povo. Ele viveu no luxo extremo, mas quem pagou a conta foram seus súditos, que enfrentaram pesados impostos. Salomão deixou de amar ao Senhor para amar muitas mulheres que corromperam seu coração. Ele abandonou a adoração a Deus e se prostrou diante de deuses pagãos. Essa é a glória decrescente de um homem que teve tudo.

Quero destacar dois aspectos principais. Primeiro, os privilégios singulares de Salomão. Ele foi amado incondicionalmente por Deus. Em 1 Samuel 12:24, lemos que Davi consolou Bate-Seba e teve um filho, a quem deu o nome de Salomão, e o Senhor o amou. O contexto é importante: Bate-Seba era mulher de Urias, um soldado de Davi, e Davi adulterou com ela. Após a morte do marido, Davi casou-se com Bate-Seba para acobertar seu pecado. O primeiro filho do adultério morreu, mas Deus amou Salomão, mostrando que seu amor é incondicional.

Em segundo lugar, Salomão foi chamado de Jedidias pelo profeta Natã (2 Samuel 12:25). Isso significa “amado do Senhor”. Salomão recebeu um nome que carrega um legado precioso. Além disso, ele foi escolhido por Davi como seu sucessor, mesmo tendo muitos outros filhos, incluindo os mais velhos, que seriam os herdeiros legítimos do trono (1 Reis 1:13).

Salomão foi coroado rei de Israel, mesmo sob a ameaça de um golpe de estado (1 Reis 1:28-34). Davi, já velho e doente, teve a coragem de estancar a rebelião e ungir Salomão como rei. Ele foi dotado por Deus de uma sabedoria única e incomparável (1 Reis 3:5-15). Quando Salomão assumiu o governo, Deus lhe deu um “cheque em branco”, permitindo que pedisse o que quisesse. Ele pediu sabedoria para governar o povo, e Deus o agraciou com sabedoria e riqueza sem paralelos.

Entretanto, essas bênçãos vieram acompanhadas de responsabilidade. Em 1 Reis 3:14, Deus disse a Salomão que, se ele andasse nos caminhos do Senhor e guardasse os mandamentos, prolongaria seus dias. As bênçãos de Deus estão sempre ligadas à obediência.

Salomão foi poderosamente usado por Deus. Ele dominou sobre todos os reinos, desde o Eufrates até a terra dos filisteus, e todos pagavam tributos a ele (1 Reis 4:20-21). Sua fama como o homem mais sábio do mundo se espalhou, e ele compôs 3.000 provérbios, além de escrever sobre diversas áreas do conhecimento. Ele teve a honra de construir o Templo de Jerusalém, uma obra sem igual em beleza e riqueza.

No entanto, Salomão também tomou desvios perigosos em sua jornada. Ele se deixou levar pelo luxo e pela fama, vivendo em um labirinto de riqueza. O custo de seu luxo foi pago pelo povo, que enfrentou pesados tributos. Salomão desobedeceu aos preceitos divinos, multiplicando cavalos, mulheres e riquezas, contrariando as instruções de Deus em Deuteronômio 17.

Com o passar do tempo, Salomão fez concessões e se afastou de Deus. Suas mulheres estrangeiras perverteram seu coração, levando-o a adorar deuses pagãos. Ele construiu santuários para esses deuses e se tornou um rei idólatra. A glória de Salomão foi decrescente, e Deus o disciplinou, prometendo tirar o reino dele e suscitar inimigos.

A divisão do reino de Israel e a tragédia das dez tribos nasceram dentro da casa de Salomão. Seu filho Roboão, criado no luxo, não soube governar e acabou perdendo dez tribos para Jeroboão, um servo de Salomão. As consequências da desobediência de Salomão foram devastadoras, e a história de sua vida nos ensina lições valiosas.

Em resumo, Salomão transformou riqueza em luxo extravagante às custas de um povo explorado. Ele trocou a sabedoria por loucura ao se afastar do Senhor. Abandonou a casa de Deus que construiu para edificar templos a deuses pagãos. Deixou de amar ao Senhor para amar muitas mulheres que corromperam seu coração. Depois de alcançar o auge de seu reinado, destruiu tudo com suas próprias mãos.

As aplicações que podemos tirar dessa história são profundas. Primeiro, terminar bem é mais importante do que começar bem. Segundo, as vitórias do passado não garantem vitórias no presente. Terceiro, privilégios implicam responsabilidade. Quarto, não basta ter bons propósitos; é preciso um coração fiel. Por fim, as advertências de Deus visam nos proteger, e se as observarmos, seremos bem-aventurados.

Os problemas básicos que levaram à queda de Salomão foram os mesmos de sempre: dinheiro, poder e sexo. A glória de Salomão foi efêmera, mas há um maior que Salomão, que é Jesus Cristo. Ele é o Rei dos Reis que se fez servo para servir ao seu povo. Seu reino é inabalável e jamais passará. Muito feliz é aquele que é súdito desse Rei e desse Reino. Que Deus nos ajude.

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